segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Livros disponíveis para downloads



 O Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais –Laboter tem disponibilizado livros em seu site. Destacamos três livros:
1. O território e a comunidade Kalunga quilombolas em diversos olhares. Trata-se de uma análise dos Kalunga de Goiás por um grupo de pesquisadores que se dedicaram a pesquisar estas comunidades.
 2. É geografia, é Paul Claval. Foi resultado de uma parceria da professora Maria Geralda de Almeida com o professor da UFG, Tadeu Arrais, em uma homenagem da Universidade Federal de Goiás a Claval pelos seus 80 anos. O livro é dividido em duas partes, a primeira com textos de renomados pesquisadores brasileiros que dialogam com os textos de Claval e, a segunda parte, uma seleção de texto de Paul Claval.
3. Paisagem e Desenvolvimento Local: imagens de Chibuto – Moçambique. Por dois anos pesquisadores brasileiros e moçambicanos se envolveram em pesquisas sobre Chibuto. Numa sensibilidade de olhares sobre a paisagem e seus movimentos, o livro é um convite para conhecer Chibuto de uma forma diferente.
 Os livros estão disponíveis no portal do Laboter -IESA/UFG e podem ser acessados pelo link: https://laboter.iesa.ufg.br/p/4403-livros-disponiveis-para-download

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015


sábado, 19 de janeiro de 2013

Palmas As duas faces da cidade


Fases de ocupação do Plano Básico de Palmas


Mapa da ocupação do espaço urbano de Palmas em 2000

Venda de condominio na área sul do Plano Básico de Palmas

Avenida Teothônio Segurado, principal eixo de locomoção de Palmas

Lote a venda na 903 Sul

Lotes Baldios no Centro de Palmas

Loteamento Taquari aberto recentemente a 30 km do centro de Palmas para abrigar a população pobre da capital

Quadra aberta para ocupação no centro de Palmas

Transporte coletivo na periferia de Palmas
 
Neste ensaio sobre Palmas – Tocantins, temos que considerar, antes de qualquer coisa, as premissas histórico-estruturais que viabilizaram o processo de construção de uma cidade “faraônica”, nascida a partir dos interesses político e econômico na Amazônia. Os fundamentos ideológicos e o significado simbólico do projeto desta cidade, criado no auge da redemocratização do país, e amparado sobre os princípios de uma nova Constituição Federal, sugeria um projeto de tamanha envergadura social, essencialmente racional, neutro, sem conflitos sociais. Mas, pensando assim, todo o processo é contraditório, por primar pela implantação de uma cidade para o poder econômico e político.
Mas, assim como Goiânia, as forças políticas de Goiás, desejando fazer parte da política do novo Estado, estruturou uma forma de afastar as forças políticas regionais já existentes e, para isso, criou um novo centro de poder que pudesse afastar os antigos donos do poder e quebrar sua hegemonia. Palmas não é somente o centro geopolítico, é também o centro geoeconômico do processo de superação do atraso do antigo Norte de Goiás; Palmas é a expressão em concreto armado de uma ideologia de Estado.
O empenho sobre um projeto que consolidaria um mercado produtor e consumidor de bens anunciava uma projeção de uma cidade que, em cinco anos, contaria com 500 mil pessoas nela habitando. Vale ressaltar que a região em que Palmas foi criada tem uma baixa ocupação e, por este motivo, houve propaganda para estimular uma migração em massa para a cidade, projetando-a como um centro dinâmico economicamente.
O período compreendido entre a criação de Palmas, em 1989, ao ano 2000 foi marcado por um intenso marketing urbano, possibilitando, assim, um crescimento populacional de 28% ao ano. A população de Palmas, que em 1991, era de 17.499 habitantes (IBGE 1991) em 2000 chegou a ser de 130.528 habitantes (IBGE 2000) no espaço projetado da cidade, muito abaixo do esperado.
Com a baixa ocupação da cidade e as intensas propagandas do “paraíso urbano” os governantes da época chegaram até a vender ilusão, por apresentar Palmas como um novo Eldorado dos Carajás, com grandes oportunidades, atraindo, dessa forma, uma migração intensa, principalmente dos Estados do Maranhão, Piauí e Goiás e de cidades do interior do próprio Estado.
No que se refere ao processo de ocupação do espaço urbano de Palmas, este obedeceria a critérios de uma ocupação ordenada, onde ocuparia as áreas centrais, vindo posteriormente para as áreas periféricas. Esta ocupação geraria alguns problemas, como o alto valor dos lotes nestas áreas, mas evitaria o processo espoliativo da classe trabalhadora. Agora fica claro que a quantidade de lotes disponíveis na primeira fase de implantação/ocupação teria condições suficientes para abrigar toda a população de Palmas nos primeiros anos.
Rompida esta estratégia de implantação, surge a chamada ocupação controlada. Ocupação controlada e segregada, pois o espaço que seria para a moradia da população passou a ser espaços para a especulação imobiliária, tendo o governo como mentor da mesma. Neste caso, a ocupação controlada parte do pressuposto de que o governo rompeu as estratégias de implantação para manter o domínio da ocupação das áreas centrais, a fim de evitar que fosse construído qualquer tipo de construção característica de população de baixa renda. O baixo povoamento da área central é resultante de uma política do poder público/privado em supervalorizar a área central da cidade, não se preocupando com o processo contínuo de povoamento do Plano Diretor e permitindo o surgimento de ilhas de povoamento cercadas por imensas áreas sem ocupação por moradias ou comércio.
É bom lembrar que o processo de negociação dos lotes de Palmas foi uma tentativa de adquirir fundos para servir de suporte para a construção da cidade; sem este recurso seria impossível a construção da infraestrutura básica. Um projeto que poderia ter dado certo, porém, teve suas consequências e estas penduram até os dias de hoje.
Ao processo migratório acompanhou a diferença socioeconômica, desencadeada, principalmente, por dois fatores, quais sejam: um pelo estabelecimento de famílias que vieram aventurar a vida e, o outro, por cidadãos que investiram dinheiro na aquisição de terras, mas sem interesse em fixar residência no canteiro de obra.
O investimento privado realizado na cidade gerou uma aquisição desproporcional nas terras urbanas. A maioria das terras adquiridas sem fins de moradia foi na área da primeira e segunda fase de ocupação da cidade, o que elevou sobremaneira o preço dos imóveis e reservou extensas áreas vazias, provocando os vazios de ocupação nestas fases. Em contrapartida, os migrantes, trabalhadores braçais que não possuíam poder aquisitivo suficiente para adquirir um imóvel nesta área, provocaram as invasões tanto na área da terceira e quarta fase de ocupação, como na área de expansão sul; outros foram estimulado pelo estado para fixar suas residências fora da área planejada.
A conjuntura segregativa possibilitou emergir um diferencial social, fundado sobre o processo de espoliação que se deu pela distância que os moradores tinham que percorrer do centro administrativo da cidade até a região de Taquaralto e Aureny’s, que é de 16 quilômetros, a pé ou de bicicletas. Isso se deveu pelo não atendimento de linhas de transportes urbano nos primeiros anos de implantação e, logo em seguida, pela perca do poder aquisitivo, causado por uma baixa remuneração dos trabalhadores braçais que, como forma de sobrevivência, submetiam-se a uma jornada de trabalho de 8 horas e uma caminhada de 32 quilômetros diariamente, esta de ida e vinda ao/do canteiro de obras. O processo espoliativo ganhou magnitude e a qualidade de vida tornou-se desproporcional entre a área central e a periferia formada.
Já os que não conseguiam uma morada mesmo na Região de Taquaralto, de Aureny’s e das ARNO’s, ficavam abrigados em barracos feitos de madeiras ou de plásticos pretos, próximo ao Palácio Araguaia. Os barracos não ofereciam infraestrutura nenhuma, mas possibilitaram que moradores desta cidade sobrevivessem nos primeiros anos de implantação da cidade.
Além da discrepância entre a condição de moradia dos trabalhadores, observava-se uma produção estratificada na cidade. Para melhor ilustrar esta afirmativa, é bom relembrar que a cidade foi dividida em fases de implantação, um ordenamento territorial planejado, que não tinha intenção de produzir a segregação social, mas que direcionou a cidade para uma ocupação segregada. Isso se deveu aos redutos que foram criados, por intentos políticos, decorridos principalmente por se reservar quadras para a o alto escalão do governo, como a Vila dos Deputados ARSE 14, ARSE’s: 12 e 13 e ARNE’s: 12, 13 e 14, para médios e pequenos funcionários e empresários: ARSE’s 51, 61, 71, 72 e 81, ARSO 41 e redutos dos pobres ARNO’s e Vila Aureny’s. Vale ressaltar, que as ARNO’s viraram redutos de pobres não intencionalmente, mas por pressão social, que se manifestou em forma de invasões.
A vila Aureny’s com um processo diferente das ARNO’s, encabeçado pelo governo, refletiu uma intencionalidade ao disponibilizar terras para os construtores, pedreiros, carpinteiros e serventes de serviços gerais e outras classes de trabalhadores braçais nesta área, especialmente após a remoção dos barracos de madeiras até 1995. Posterior a esta data, o mercado imobiliário se encarregou de modelar o espaço urbano de Palmas, dando continuidade a segregação social. Desta forma, os preços dos imóveis têm tomado uma dimensão variada e oscilado de acordo com a quadra, não submetidos à lógica da valorização das áreas centrais, mais de forma dispersa sobre o espaço urbano da cidade.
No entanto, uma cidade planejada (tal como Palmas é tida) não deveria ter propiciado o surgimento de uma cidade com um processo de periferização alto, abrigando aproximadamente 50% de sua população, em 2009, em áreas periféricas. A realidade distancia-se do projeto, impulsionado primeiro por políticas de exclusão do “poder público”. Este era o dono das terras; por que, então, ao invés de disponibilizar lotes na área planejada para os pobres da cidade, criou os Jardins Aureny’s a 16 quilometro do centro da cidade? Este processo abriu caminho para o mercado imobiliário acentuar a especulação imobiliária na área planejada de Palmas e concretizar um processo de exclusão social na cidade. A cidade que deveria ser igualitária, segregou os destituídos; a cidade que nasceu nas pranchetas unitária e fechada, abriu-se em contínuos loteamentos irregulares, destituídos de qualquer infraestrutura, redutos de pobres.
Palmas simboliza para muitos a concretização de um sonho: morar em uma cidade com boa infraestrutura. Mas simboliza, igualmente, para muitos, desde os primeiros anos de sua construção, uma marginalização. O processo de periferização dos operários construtores de Palmas marcou de vez a exclusão e a segregação na última cidade planejada no Brasil do século XX.
nota
Todas as fotos e mapas que ilustram o artigo são de autoria de Eliseu Pereira de Brito.
sobre o autor
Eliseu Pereira de Brito é Mestre em Geografia e Professor do Curso de Geografia da Universidade Federal do Tocantins.

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/10.120/3496

SEMINARIO INTERNACIONAL TERRITORIOS, ORDENAMIENTO Y DESARROLLO CONFERENCISTAS Y MODERADORES

http://www.ifeanet.org/conferencia/documentos/pdf/2012-territorio-ordenamiento-desarrollo-conferencistas.pdf

segunda-feira, 19 de novembro de 2012



RIO ARAGUAIA




 Encontro das águas dos rios Araguaia e Tocantins em
Esperantina - Tocantins
 





Aula realizada no Bico do Papagaio, encontro das águas dos rios Araguaia e Tocantins em junho de 2012
IMAGENS DE BOGOTÁ - COLOMBIA





Viagem em Bogotá em outubro de 2012 para participar de uma mesa redonda no Seminario Internacional Territorio, Ordenamiento y Desarrolo na Universidad Nacional de Colombia

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Rodovia Belém-Brasília
Fonte: O povonatv - Lucas Ferreira

Sai Lua


SAI LUA

 Rio Araguaia - Esperantina 2012
Foto tirada por Thayssllorranny
Sai Lua!!
Sai Lua!
Sai entre as montanhas para brilhar...
Sai lua;
Sai dentre os galhos de um Jacarandá,
Sai dentre as palhas de um coqueiro, que quero te ver sair da beira mar!!!

Sai Lua, sai pra brilhar!
Sai Lua para embelezar a noite
Sai pra noite de Luar
Quero te ver entre as estrelas enamorada!
Quero ver o teu encanto ä desfilar!!!




Sai Lua...
Sai dentre as nuvens que quero te olhar.
Sai Lua, as estrelas estão a te reverenciar!
Olha o cruzeiro a te contemplar.

Sai Lua, a noite é escura, vem iluminar!
Lua, a madrugada vai passando e ainda te vejo entre os galhos do Jacarandá.
As palmeiras te encombrem e te vejo sumir em alto mar.

Vai lua!
Vai descansar....
Quem sabe amanhã te vejo brilhar.
Se a luz da cidade nào te ofuscar...
Olharei para o céu e com toda humildade vou te reverenciar.

Eliseu Pereira de Brito Autor
28/10/2012 00:50m

sábado, 16 de maio de 2009

Palmas 20 anos - um olhar para além de seu projeto arquitetônico

Palmas 20 anos - um olhar para além de seu projeto arquitetônico




A última cidade capital planejada no Brasil no século XX, completa no dia 20 de maio, 20 anos. Juntamente com Brasília, representa os mais ousados projetos de cidades brasileira do século XX. Criada na área central do estado do Tocantins, representou à princípio uma nova etapa de crescimento econômico para o então Norte Goiano - Tocantins. Sua localização no leste do Rio Tocantins, se justificava pelo isolamento que esta área sofria desd

e o declínio da produção do ouro, que vinha sofrendo crises econômicas e baixa ocupação de suas terras.

Pensar em uma nova cidade passou a exigir um projeto geopolítico e geoeconômico de uma cidade que tivesse o papel de irradiar um novo tempo que superasse o atraso que a região Norte Goiana vivia. O sonho e a ousadia dos idealizadores de Palmas direcionaram sua construção para uma cidade que tivesse papel primordial na reorganização regional do Sudeste da Amazônia Oriental. Projetaram uma cidade para mais de um milhão de habitantes, em um

Estado que em 1989 possuía 700 mil pessoas.

A sensibilização das pessoas para vir para o Novo Eldorado, não apenas para morar, mais também, investir no próspero canteiro de obras da Amazônia, a oportunidade de ganhar a vida, um projeto de cidade organizada, foi fundamental para que Palmas ganhasse população e também, se estruturasse como o centro principal do Estado do Tocantins.

Aos pouco, a dependência que tinha de muitos serviços de Goiânia, Brasília ou até mesmo de Imperatriz, Araguaina ou Marabá passaram a ser oferecidos em Palmas. Uma estrutura para o atendimento dos serviços de saúde e educação foram avassalador e rápido, em pouco tempo, a cidade conseguiu criar uma aparelhagem hospitalar que garantiu um atendimento regional. O sistema de comunicação foi estruturado e a informação que passou a ser vinculada no Estado passou a ser produzida na cidade. Com a produção da informação monopolizada por Palmas, também facilitou a venda da cida

de por meio de seu projeto e conforto.

A imagem que passou a ser divulgada era de uma cidade bem planejada e com oportunidades de trabalhos para todos até o ano de dois mil, período que chamamos de cidade canteiro de obra, um intervalo de tempo de 11 anos, que vai desde a sua fundação em 1989 até o ano de 2000. Fases em que a propaganda da cidade girava em torno da oferta de trabalho e no investimento em imóveis.

Pós esta data, até os dias atuais, a cidade vive em um período de cidade em consolidação, onde, o chamativo não é mais concentrado na oferta de serviços ou de imóveis, mais principalmente, na oferta de serviços de saúde

e educação.

Para que Palmas pude

sse ter este papel decisivo regional e de centro principal, foram necessários além de investimento

s em infraestruturas, na criação de um canteiro de obra faraônico, com obras grandes e caras, um

in

vestimento em marketing de uma possível cidade, que garantiria um nível de qualidade de vida acima do padrão regional e igual as capitais de outros estados, com boa oferta de lazer, ampla estrutura d

e locomoção e sem problemas nos trânsitos.

Palmas

conseguiu

certo equilíb

rio e se estrutura sobre os alicerces deixados pelo período áureo. Vale ressaltar, que a cidade não convive com uma crise, antes, convive com um novo processo econômico, um crescimento ainda com processo de exclusão social e crescendo com uma baixa oferta de trabalho para seus habitantes.

No entanto, podemos afirmar que a cidade tornou-se um ponto nodal no Sudeste da Amazônia Oriental. Uma centralidad

e não determinada pelas obras de infraestrutura, como a Ponte da Amizade e Integração Fernando Henrique Cardoso ou da Praça dos Girassóis, mais de um empreendedorismo baseado na construção civil, na prestação de serviços, na carreira educacional, adicionado a uma qualidade de vida oferecida pela oferta de transporte diários aéreos ou rodoviários.

Eliseu Pereira de Brito, Mestre em Geografia pela UFGD, Pesquisador do NURBA/UFT e professor da Universidade Federal do Tocantins

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

PELAS RUAS DE PALMAS

NOSSAS RUAS

A maior revolução humana é a revolução urbana iniciada no século XX. No Brasil, o processo de adensamento populacional das cidades começou de fato a ser significante a partir da década de 1960. Chegamos ao final do século XX com mais de 80% da população absoluta do país morando nas cidades, um processo avassalador que não permitiu que o homem do campo se adaptasse aos costumes da cidade e nem ao trabalho urbano.

O agricultor em um espaço de tempo rápido foi transformado em operários, explorado pelo sistema selvagem do capitalismo. A pobreza foi disseminada por todas as cidades formando imensuráveis periferias.

O crescimento desordenado das cidades adicionado a exploração do trabalho provocou uma separação entre quem podia consumir e quem não podia consumir. Com o aquecimento da economia e a proliferação da tecnologia, subtraindo os custos dos produtos tecnológicos possibilitaram que um funcionário, ou mesmo uma pessoa que possui uma renda não alta comprasse um carro.

As cidades brasileiras, principalmente as cidades grandes passaram a viver o caos no urbano pelo volumoso número de veículos na rua. São congestionamentos de quilômetros que se forma, o transporte prático e rápido torna-se a cada dia um pesadelo. As vias estreitas já não suportam mais o número de veículos, é mais de quatro milhões de veículos nas ruas de São Paulo.

Preocupa-me neste momento ainda mais, as cidades que foram criadas para o transporte particular em detrimento do transporte de massa. Cidades com ruas largas, onde os veículos têm a primazia nas avenidas, o caso de Brasília e de Palmas. Segundo dados do IBGE, em 2007 Brasília possuía uma frota de 745.704 veículos e apenas 82.095 motocicletas e 7.369 motoneta.

Palmas com uma população um pouco mais de 200 mil pessoas, possuía no ano de 2007, 44.741 veículos, 17.647 motocicletas e 8.262 motonetas. Em recente observação que fizemos na Avenida Teotônio Segurado, entorno de 90% dos veículos que trafegavam por ali havia apenas o motorista. A maioria dos carros que fica nos estacionamentos no centro da cidade permanece por mais de quatro horas parado.

De um lado o sonho de consumo de possuir um caro, do outro lado, o transporte ineficiente para atender uma população que pelas estruturas da cidade com quadras muito grande dificulta a locomoção. No meio da questão um caos que ronda pela nossa cidade.

Diante do problema parece viável a instalação da cobrança pelo estacionamento na área central, mas, sem melhoria no transporte público isso tornará uma injustiça com a população palmense. O determinante da vida na cidade é o tempo, todos estamos controlados por ele, não planejar pensando nele é cometer um erro. Por outro olhar é uma questão desafiadora para qualquer planejador pensar em uma alternativa viável do transporte público em uma cidade com mais ou menos 70 mil usuários do transporte coletivo, com dimensões territoriais de população de um milhão de pessoas. Nenhuma empresa conseguirá atender com eficiência o fluxo de passageiros em Palmas por algum tempo.

Mas, nossas ruas não podem virar um inferno, medidas para frear o aumento dos números de veículos rodando nas ruas da capital devem ser tomadas, principalmente desestimulando o transporte de apenas um passageiro por veículo.



Autor: Eliseu Pereira

terça-feira, 8 de janeiro de 2008


PIERRE BOURDIEU UM DOS MAIORES SOCIOLÓGOS DO PLANETA.
COM UMA VASTA LITERATURA E ACONSELHO AQUI O SEU LIVRO: O PODER SIMBOLICO

ALGUMAS COMPLEXIDADE DO CONCEITO DE SEGREGAÇÃO NO PLANO DO INDIVIDUO NA RUA

AUTOR: ELISEU PEREIRA DE BRITO

Se for na rua que acontece o encontro, é na rua que também, ocorre o desencontro. Nesta perspectiva, queremos visualizar por meio de um olhar sobre a concepção da utilização da rua enquanto local de passagem - desencontro em Le Corbusier e, enquanto local de encontro em Jane Jacobs. A partir destes referenciais, tecer algumas reflexões sobre o conceito de segregação. Não se trata de uma nova forma de ver segregação, antes, de algumas inquietações que temos sobre o tema em tela.
Le Cobusier faz parte dos urbanistas progressistas conforme classificação de François Choay (1979). Este autor vive em um período marcado pela efervescência de um processo, de modernização da arquitetura. Sendo ele um dos ativistas deste processo ao buscar atender o crescimento e deter a desordem das cidades propondo assim, uma eficiência na lógica de planejar.
Antes de buscarmos entender o pensamento de Le Corbusier sobre a rua, vale ressaltar, o que ele intenta como necessidade humana. Pois estas se restringem a necessidade física que todos possuímos: a de sentar em uma cadeira e de energia elétrica para acender uma luz no ambiente de trabalho ou de estudo. Nossos esqueletos são iguais, apesar de nossa mente ser diferente. O homem precisa de utensílios para lhe auxiliar em suas funções básicas, nesta lógica, temos o automóvel que é um objeto simples, ele roda sobre pneus e também, é um objeto de funções complexas, pois permite que o homem tenha conforto e resistência para realizar suas atividades.
A expansão da tecnologia e a proliferação da máquina permitiu uma nova civilização das seções, “o espírito de perfeição revela-se nos lugares de perfeição geométrica”. Coloque uma máquina em funcionamento e tudo será confusão dentro da alegria, pois, para ele a sociedade moderna era a privilegiada pelas máquinas. A casa é uma máquina de morar que precisa ser adaptada ao conforto de seu usuário, que em suma, seria os operários das fábricas. Estes dividiriam o seu tempo entre o trabalho na fábrica e a sua casa. Portanto, para Le Corbusier, a sociedade industrial precisaria ter um conforto e uma locomoção rápida, tanto para atender o número crescente de pessoas que estava vindo para a cidade, quanto, para atender a necessidade de uma organização nas áreas ocupadas da cidade.
Uma cidade vive de linhas retas, possibilitando a construção de esgotos, canalizações, da circulação que exige uma linha reta, com a finalidade de controlar o tráfego. A reta é sadia para a alma das cidades, mas, a curva é perigosa e prejudicial, ela paralisa uma cidade. A rua curva é o caminho dos asnos, mas, a rua reta o caminho dos homens, afirma Le Corbusier. Pensar em rua na época era pensar em desordem circulatória.
A causa da desordem nas cidades são as ruas, a cidade que dispõem de velocidade, dispõe de sucesso. “Sob a pressão das velocidades mecânica, impõem-se uma decisão urgente: libertar as cidades da opressão, da tirania da rua” (JEANNERET, 1984, p.90). Para isso, os cafezinhos, os comércios de calçadas deveriam ser instalados nas galerias e dar espaços para a circulação dos veículos.
As encruzilhadas, uma próxima a outra deveria ser substituída pelo menos para 400 metros de distância. Os cruzamentos congestionam, atrapalha o trânsito, ele é o inimigo da circulação.
A rua moderna é um organismo novo, uma espécie de fábrica alargada, um depósito ventilado com múltiplos órgãos complexos e delicados (as canalizações). (...). A rua moderna deve ser uma obra-prima da engenharia e não mais um trabalho de empreiteiros. (JEANNERET apud CHOAY 1965, p.193)
Parte da problemática criada na cidade estava condicionada ao velho modelo de concepção da rua, mas, “abolida a tirania da rua, todas as esperanças são permitidas” (JEANNERET, 1984, p.93). A organização da circulação da cidade permitiria que a população trabalhasse duas vezes menos e que tivesse maior tempo para estar com a família e para o lazer.
No entanto, os muros da propriedade privada limitam a ultrapassagem em uma escala micro, pois, quando os moradores ultrapassam os muros de suas casas, vão ter que conviver com pessoas dos diferentes estratos sociais.
Jane Jacobs, ao escrever o seu livro: Morte e Vida de grandes cidades, afirma que, esta obra consiste em um ataque aos fundamentos do planejamento urbano e da reurbanização ora vigente, “é uma ofensiva contra os princípios e os objetivos que moldaram o planejamento urbano e a reurbanização modernos e ortodoxos” (JACOBS, 2003, p.1).
Para Jacobs as idéias de Le Corbusier apresentam-se como as mais espantosas da concepção anticidade e diz que, em seu projeto da Ville Radieuse de aranhas céus e com velozes carros transitando por entre estes, a cidade é um verdadeiro parque, “uma utopia social” (2003, p.22). Utopia social que primava pela liberdade máxima individual no plano da responsabilidade cotidiana.
A concepção de planejamento de Le Corbusier procurou fazer o planejamento viário da cidade, totalmente privilegiado para os veículos em detrimento dos pedestres. Para os pedestres ficaram reservado apenas os parques, fora da rua, que a partir de então esta passou a ser vista apenas para tráfego de veículo. “A cidade dele era como brinquedo mecânico maravilhoso” (JACOBS, 2003, p.23). Para tanto,
as ruas das cidades servem a vários fins além de comportar veículos; e as calçadas – a parte das ruas que cabe aos pedestre – servem a muitos fins além de abrigar pedestres. Esses usos estão relacionados à circulação, mas não são sinônimos dela, e cada um é, em si, tão fundamental quanto a circulação para o funcionamento adequado das cidades (JACOBS, 2003, p.29).
A cidade só será atraente, se nas suas ruas houver atração. “As ruas e suas calçadas, principais locais públicos de uma cidade, são seus órgãos mais vitais” (JACOBS, 2003, p.29). É a partir das ruas e calçadas que se defini se uma cidade é violenta ou não. Se as pessoas sentem seguras na calçada, há uma superação do medo e da violência nas ruas.
A concepção do indivíduo na rua de uma pequena cidade é diferente da concepção de rua nas metrópoles. “As cidades grandes estão, por definição, cheias de desconhecidos” (JACOBS, 2003, p.30), e acrescenta mais, “mesmo morando próxima uma das outras, as pessoas são desconhecidas, e não poderiam deixar de ser devido ao enorme número de pessoas numa área geográfica pequena” (JACOBS, 2003, p.30).
Não é necessário ter tanta violência na rua para a insegurança se instaurar, mas, o temor a violência produz medo da rua e resulta em afastamento das pessoas delas, produzindo desertos humanos e aumentando a insegurança. Ruas, onde podem ser assaltada sem que ninguém os veja ou preste socorro. Portanto, “uma rua movimentada consegue garantir a segurança; uma rua deserta, não” (JACOBS, 2003, p.35). A rua precisa de olhos atentos para ela, que observe cada movimento, isso, não é tarefa de segurança pública, mas, dos moradores da própria rua, “a presença de pessoas atrai outras pessoas, é uma coisa que os planejadores e projetistas têm dificuldade em compreender” (JACOBS, 2003, p.38).
A rua deve ser preparada para lidar com o estranho nos limites do público e privado, pois, quando é atendido assim, “quanto mais estranhos houver, mais divertido ela será” (JACOBS, 2003, p.41). Os espaços devem ser bem estruturados para tais, e até os bares e, “na verdade, todo comércio, são malvistos em vários bairros, precisamente porque, atraem estranhos, e estes de forma alguma são encarados como uma vantagem” (JACOBS, 2003, p.42).
Afinal, é na rua que pode brincar de bola, correr da polícia, ser assaltado ou até ser preso por uma polícia. Na rua não existe estratos, ela é universal, todo mundo está com o mesmo status, de pedestre. Nela, tantos os pobres como os ricos se cruzam, é na rua que há o encontro entre as classes sociais, se ela não existir somente teremos os desencontros. Claro, não podemos nos esquecer da escala urbana, pois ao tratar sobre pobres ou ricos na cidade, será diferente o encontro na rua de uma cidade pequena para as ruas das metrópoles. Nesta, a rua também é o local de passagem e do desencontro.
Mas, de forma generalizada a rua é o local do encontro, quando concebida como lugar de se estar. Quando se trata de cidades médias ou pequenas, os encontros na rua são mais freqüentes. A população compartilha o mesmo centro comercial. A agência central do Banco do Brasil é visitada pelo rico e pelo pobre. Na rua há o encontro entre as diferenças, e estas, se encontram, se relacionam e dificilmente se negam.
Não queremos ser simplista aqui em afirmar que as diferenças não se negam na cidade pequena ou média. Até por que, estamos fazendo referência no plano do indivíduo e estes são particularizados. Pode ser que tenhamos na cidade uma pessoa que se negue a compartilhar as ruas da cidade, para este, está constitui o local do desencontro.
O shopping center, o aeroporto ou mesmo a rodoviária não é para todos. Suas realidades são mascaradas por níveis de poder aquisitivo. Dificilmente encontrarás um mendigo dentro de um avião ou dentro de um shopping, lá existe barreiras que impede tais pessoas entrarem. Ao contrário da rua, onde, mesmo que a excluem, eles estarão nela como transgredidos.
Ora, se a rua que nos interessa é o local da produção da vida cotidiana, fica claro, que se está falando não da rua em sua materialidade, mas, na experiência apropriada pelas pessoas sobre a rua. Não queremos apontar a rua em si, mas antes, abordar alguns pontos relevantes que exprime a experiência sobre a rua. Para tanto, é possível também, descobrir onde em meio ao caos urbano, ela se refugiou já não como espaço de circulação, mas enquanto lugar e suporte de sociabilidade.
Voltamos a ressaltar que, tentar ver a segregação no plano da relação dos indivíduos constitui uma tarefa complexa, e deve em primeiro lugar, situar o local que encontra esta rua. Se for numa metrópole, as ruas são mais o local de passagem de veículos e muitos diferentes entre si. O centro das metrópoles esvazia à noite e as ruas são transformadas em territórios da prostituição ou dos mendigos que se alojam debaixo das marquises para passar a noite. Se o bairro é residencial, então há uma seleção de pessoas, porém, não há apenas o encontro dos iguais, mais o encontro dos diferentes.
A concepção de rua pública permite que o pobre entre no Plano Piloto em Brasília para pedir esmola. O encontro acontece entre os diferentes, e neste, acentua-se as diferenças. De um lado, os que podem comer, no outro extremo os que não podem comer, de um lado os que têm casa, de outro os indigentes da rua. As diferenças chegam ao extremo, passando a negar a relação dos indivíduos, nega às próprias diferenças. O milionário que passa em sua mercedes e os mendigos com saco na costa transitam pelas ruas. O medo de ser assaltado produz o distanciamento entre eles e, mesmo vendo-os não conseguem se aproximar. Cada vez mais cria barreiras para se isolar.
Nesta concepção, entendemos que é possível dizer que há segregação nas metrópoles. Vale ressaltar, que levamos em consideração apenas os extremos dos estratos sociais, se fossemos analisar não o extremo, talvez poderia ter uma outra conotação.

POR ENTRE OS ESPAÇOS SEGREGADOS

AUTOR: ELISEU PEREIRA DE BRITO

A fase compreendida entre a criação de Palmas em 1989 ao ano 2000 foi marcado por uma intensa propaganda de marketing urbano, possibilitando um crescimento de 28% ao ano. A população urbana de Palmas que em 1991 era de 17.499 habitantes (IBGE 1991), em 2000 chegou a ser de 130.528 habitantes (IBGE 2000) no espaço projetado da cidade. Um processo incitado pela excessiva exaltação do esplendor da nova capital no isolado antigo Norte Goiano, chegando até a vender ilusão pelo motivo de apresentar Palmas como um novo Eldorado dos Carajás, com grandes oportunidades, atraindo uma migração intensa principalmente, dos Estados do Maranhão, Piauí e Goiás e de cidades do interior do Estado.
Junto a este processo migratório, acompanhou a segregação socioeconômica, desencadeada principalmente, por dois fatores principais, um pelo estabelecimento de famílias que vieram aventurar a vida, e outra, por cidadãos que investiram dinheiro na aquisição de terras, mas, sem interesse em fixar residência no canteiro de obra.
O investimento privado realizado na cidade gerou uma aquisição desproporcional nas terras urbanas. A maioria destas adquiridas sem fins de moradia foram na área da primeira e segunda fase de ocupação da cidade, o que elevou de sobremaneira o preço dos imóveis e reservou extensas áreas vazias provocando os vazios urbanos nestas fases. Em contrapartida, os migrantes, trabalhadores braçais que não possuíam poder aquisitivo suficiente para adquirir um imóvel nesta área, provocaram as invasões, tanto na área da terceira e quarta fase de ocupação como na área de expansão sul.
A conjuntura segregativa possibilitou emergir um diferencial social, fundado sobre o processo de espoliação que se deu pela distância que os moradores tinham que percorrer do centro administrativo da cidade até a região de Taquaralto e Aurenys de 16 quilômetros a pé ou de bicicletas. Isso se deve pelo não atendimento de linhas de transportes urbano nos primeiros anos de implantação e, logo em seguida pela perca do poder aquisitivo causado por uma baixa remuneração dos trabalhadores braçais, que como forma de sobrevivência submetiam a uma jornada de trabalho de 8 horas e uma caminhada de 32 quilômetros diária, ida e vinda do canteiro de obras. O processo espoliativo ganhou magnitude e a qualidade de vida tornou-se desproporcional entre a área central e a periferia formada.
Já os que não conseguiam uma morada mesmo na Região de Taquaralto, de Aurenys e das ARNOs, ficavam abrigados em barracos feitos de madeiras ou de plásticos pretos, próximo ao Palácio Araguaia. Os barracos não ofereciam infra-estrutura nenhuma, mas, que possibilitaram que moradores desta cidade sobrevivessem nos primeiros anos de implantação da cidade.
Além da discrepância entre a condição de moradia dos trabalhadores, observou-se uma produção estratificada na cidade. Para melhor ilustrar esta afirmativa é bom relembrar que a cidade foi dividida em fases de implantação, um ordenamento territorial planejado, que não tinha intenção de produzir a segregação social, mas, direcionou a cidade para uma ocupação segregada. Isso se deve por causa dos redutos que foram criados, por intentos políticos decorridos principalmente, por reservar quadras para a o alto escalão do governo como a Vila dos Deputados ARSE 14, ARSEs: 12 e 13 e ARNEs: 12, 13 e 14, para médios e pequenos funcionários e empresários: ARSEs 51, 61, 71, 72 e 81, ARSO 41 e redutos dos pobres ARNOs e Vila Aurenys. Vale ressaltar, que as ARNOs viraram redutos de pobres não intencionalmente, mas, por pressão social decorrida por invasão.
A vila Aurenys com um processo diferente das ARNOs, encabeçado pelo governo, refletiu uma intencionalidade ao disponibilizar terras para os construtores, pedreiros, carpinteiros e serventes de serviços gerais e outras classes de trabalhadores braçais nesta área, especialmente após a remoção dos barracos de madeiras até 1995. Posterior a esta data, o mercado imobiliário se encarregou de modelar o espaço urbano de Palmas, dando continuidade a segregação social. Dessa forma, os preços dos imóveis têm tomado uma dimensão variada e oscilados de acordo com a quadra, não submetido à lógica da valorização das áreas centrais, mais de forma dispersa sobre o espaço urbano da cidade.

O NOME DE RUA E O PLANEJAMENTO DE PALMAS

Autor: Eliseu Pereira de Brito

A cidade de Palmas foi a última cidade planejada do século XX no Brasil. Assim como Brasília, a nova cidade localizada na Amazônia Brasileira possui um planejamento que obedece aos princípios e idéias do urbanismo Progressista de Le Corbusier. Vale ressaltar, que a idéia chave do urbanismo progressista é a idéia de modernidade. Para Le Corbusier, o homem constitui a somatória das constantes psicofisiológicas, este entendimento possibilitou inspirar a carta de Atenas que tem como princípios para a necessidade humana: a cultura, o corpo e o espírito, trabalhar, habitar e sua locomoção. A cidade deve ser prática e atender o bem estar-fisico do corpo e da mente, para isso, a rua torna-se um obstáculo. Nesta mesma concepção corbusiana foi pensada a cidade de Palmas, são ruas sem nomes e sem esquinas e quadras numeradas. A cidade planejada para o conforto individual, sem o conceito de vizinhos e nem de rua onde todo mundo passa. A reflexão que norteia nosso pensamento, nos permite levantar algumas questões contraditórias no planejamento e para tanto, buscamos discutir alguns pontos que elege.
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