segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Urbanização do Sudeste da Amazônia Oriental

sábado, 16 de maio de 2009

Palmas 20 anos - um olhar para além de seu projeto arquitetônico

Palmas 20 anos - um olhar para além de seu projeto arquitetônico




A última cidade capital planejada no Brasil no século XX, completa no dia 20 de maio, 20 anos. Juntamente com Brasília, representa os mais ousados projetos de cidades brasileira do século XX. Criada na área central do estado do Tocantins, representou à princípio uma nova etapa de crescimento econômico para o então Norte Goiano - Tocantins. Sua localização no leste do Rio Tocantins, se justificava pelo isolamento que esta área sofria desd

e o declínio da produção do ouro, que vinha sofrendo crises econômicas e baixa ocupação de suas terras.

Pensar em uma nova cidade passou a exigir um projeto geopolítico e geoeconômico de uma cidade que tivesse o papel de irradiar um novo tempo que superasse o atraso que a região Norte Goiana vivia. O sonho e a ousadia dos idealizadores de Palmas direcionaram sua construção para uma cidade que tivesse papel primordial na reorganização regional do Sudeste da Amazônia Oriental. Projetaram uma cidade para mais de um milhão de habitantes, em um

Estado que em 1989 possuía 700 mil pessoas.

A sensibilização das pessoas para vir para o Novo Eldorado, não apenas para morar, mais também, investir no próspero canteiro de obras da Amazônia, a oportunidade de ganhar a vida, um projeto de cidade organizada, foi fundamental para que Palmas ganhasse população e também, se estruturasse como o centro principal do Estado do Tocantins.

Aos pouco, a dependência que tinha de muitos serviços de Goiânia, Brasília ou até mesmo de Imperatriz, Araguaina ou Marabá passaram a ser oferecidos em Palmas. Uma estrutura para o atendimento dos serviços de saúde e educação foram avassalador e rápido, em pouco tempo, a cidade conseguiu criar uma aparelhagem hospitalar que garantiu um atendimento regional. O sistema de comunicação foi estruturado e a informação que passou a ser vinculada no Estado passou a ser produzida na cidade. Com a produção da informação monopolizada por Palmas, também facilitou a venda da cida

de por meio de seu projeto e conforto.

A imagem que passou a ser divulgada era de uma cidade bem planejada e com oportunidades de trabalhos para todos até o ano de dois mil, período que chamamos de cidade canteiro de obra, um intervalo de tempo de 11 anos, que vai desde a sua fundação em 1989 até o ano de 2000. Fases em que a propaganda da cidade girava em torno da oferta de trabalho e no investimento em imóveis.

Pós esta data, até os dias atuais, a cidade vive em um período de cidade em consolidação, onde, o chamativo não é mais concentrado na oferta de serviços ou de imóveis, mais principalmente, na oferta de serviços de saúde

e educação.

Para que Palmas pude

sse ter este papel decisivo regional e de centro principal, foram necessários além de investimento

s em infraestruturas, na criação de um canteiro de obra faraônico, com obras grandes e caras, um

in

vestimento em marketing de uma possível cidade, que garantiria um nível de qualidade de vida acima do padrão regional e igual as capitais de outros estados, com boa oferta de lazer, ampla estrutura d

e locomoção e sem problemas nos trânsitos.

Palmas

conseguiu

certo equilíb

rio e se estrutura sobre os alicerces deixados pelo período áureo. Vale ressaltar, que a cidade não convive com uma crise, antes, convive com um novo processo econômico, um crescimento ainda com processo de exclusão social e crescendo com uma baixa oferta de trabalho para seus habitantes.

No entanto, podemos afirmar que a cidade tornou-se um ponto nodal no Sudeste da Amazônia Oriental. Uma centralidad

e não determinada pelas obras de infraestrutura, como a Ponte da Amizade e Integração Fernando Henrique Cardoso ou da Praça dos Girassóis, mais de um empreendedorismo baseado na construção civil, na prestação de serviços, na carreira educacional, adicionado a uma qualidade de vida oferecida pela oferta de transporte diários aéreos ou rodoviários.

Eliseu Pereira de Brito, Mestre em Geografia pela UFGD, Pesquisador do NURBA/UFT e professor da Universidade Federal do Tocantins

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