sábado, 21 de junho de 2008

PELAS RUAS DE PALMAS

NOSSAS RUAS

A maior revolução humana é a revolução urbana iniciada no século XX. No Brasil, o processo de adensamento populacional das cidades começou de fato a ser significante a partir da década de 1960. Chegamos ao final do século XX com mais de 80% da população absoluta do país morando nas cidades, um processo avassalador que não permitiu que o homem do campo se adaptasse aos costumes da cidade e nem ao trabalho urbano.

O agricultor em um espaço de tempo rápido foi transformado em operários, explorado pelo sistema selvagem do capitalismo. A pobreza foi disseminada por todas as cidades formando imensuráveis periferias.

O crescimento desordenado das cidades adicionado a exploração do trabalho provocou uma separação entre quem podia consumir e quem não podia consumir. Com o aquecimento da economia e a proliferação da tecnologia, subtraindo os custos dos produtos tecnológicos possibilitaram que um funcionário, ou mesmo uma pessoa que possui uma renda não alta comprasse um carro.

As cidades brasileiras, principalmente as cidades grandes passaram a viver o caos no urbano pelo volumoso número de veículos na rua. São congestionamentos de quilômetros que se forma, o transporte prático e rápido torna-se a cada dia um pesadelo. As vias estreitas já não suportam mais o número de veículos, é mais de quatro milhões de veículos nas ruas de São Paulo.

Preocupa-me neste momento ainda mais, as cidades que foram criadas para o transporte particular em detrimento do transporte de massa. Cidades com ruas largas, onde os veículos têm a primazia nas avenidas, o caso de Brasília e de Palmas. Segundo dados do IBGE, em 2007 Brasília possuía uma frota de 745.704 veículos e apenas 82.095 motocicletas e 7.369 motoneta.

Palmas com uma população um pouco mais de 200 mil pessoas, possuía no ano de 2007, 44.741 veículos, 17.647 motocicletas e 8.262 motonetas. Em recente observação que fizemos na Avenida Teotônio Segurado, entorno de 90% dos veículos que trafegavam por ali havia apenas o motorista. A maioria dos carros que fica nos estacionamentos no centro da cidade permanece por mais de quatro horas parado.

De um lado o sonho de consumo de possuir um caro, do outro lado, o transporte ineficiente para atender uma população que pelas estruturas da cidade com quadras muito grande dificulta a locomoção. No meio da questão um caos que ronda pela nossa cidade.

Diante do problema parece viável a instalação da cobrança pelo estacionamento na área central, mas, sem melhoria no transporte público isso tornará uma injustiça com a população palmense. O determinante da vida na cidade é o tempo, todos estamos controlados por ele, não planejar pensando nele é cometer um erro. Por outro olhar é uma questão desafiadora para qualquer planejador pensar em uma alternativa viável do transporte público em uma cidade com mais ou menos 70 mil usuários do transporte coletivo, com dimensões territoriais de população de um milhão de pessoas. Nenhuma empresa conseguirá atender com eficiência o fluxo de passageiros em Palmas por algum tempo.

Mas, nossas ruas não podem virar um inferno, medidas para frear o aumento dos números de veículos rodando nas ruas da capital devem ser tomadas, principalmente desestimulando o transporte de apenas um passageiro por veículo.



Autor: Eliseu Pereira

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